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Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras Terras

Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras Terras


Estaremos mesmo sozinhos no Universo? Existirão outros planetas como o nosso?

O telescópio espacial Kepler, da NASA, está para começar uma jornada
sem precedentes que poderá responder essas questões históricas.

Planetas semelhantes à Terra

O telescópio Kepler deverá ser lançado ao espaço no Cabo Canaveral,
a bordo de um foguete Delta II, no próximo dia 5 de Março, às 12:48 h,
horário de Brasília. Esta será a primeira missão com a capacidade de
encontrar planetas semelhantes à Terra – planetas rochosos que orbitam
estrelas parecidas com o Sol em uma zona quente onde a água pode se
manter sobre a superfície em estado líquido.

Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras TerrasConcepção artística de uma planeta semelhante à Terra orbitando uma estrela distante. [Crédito: Dana Berry/NASA.]

"O Kepler é um componente crítico dos esforços da NASA para
encontrar e estudar planetas onde as condições semelhantes às da Terra
podem estar presentes," afirma Jon Morse, diretor da divisão de
Astrofísica da NASA.

Centenas de terras

A missão passará três anos e meio pesquisando mais de 100.000
estrelas parecidas com o Sol na região de Cisne-Libra da nossa Via
Láctea. Espera-se que ela encontre centenas de planetas do tamanho da
Terra e maiores, orbitando a várias distâncias de suas estrelas.

Se os planetas semelhantes à Terra orbitando em zonas habitáveis
(onde existem condições para existência de água líquida) forem comuns,
o telescópio Kepler poderá encontrar dúzias de mundos como o nosso. Por
outro lado, se esses planetas forem raros, o Kepler poderá mesmo não
encontrar nenhum.

Maior câmera já lançada ao espaço

Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras TerrasO
telescópio Kepler foi especialmente projetado para detectar a variação
periódica do brilho das estrelas causada pelo trânsito de seus
planetas. Alguns sistemas estelares são orientados de tal forma que
seus planetas cruzam na frente das suas estrelas, quando olhados do
ponto de vista da Terra.

À medida que esses planetas transitam, eles fazem com que a luz das
suas estrelas tremule levemente, ou pisque. O telescópio consegue
detectar essas alterações de brilho com uma precisão de apenas 20
partes por milhão.

"Se o Kepler for apontado para uma pequena cidade na Terra à noite,
ele é capaz de detectar a variação da luz na varanda de uma casa quando
alguém passar em frente," diz James Fanson, coordenador do projeto
Kepler.

Para alcançar tamanha precisão, o telescópio Kepler contará com a
maior câmera digital já lançada ao espaço, um conjunto de CCDs com 95
megapixels. São 42 CCDs para captura científica de imagens e quatro
CCDs especiais de guia, um em cada canto do conjunto.

Caminho para outras terras.

Vasculhando uma grande porção do céu durante sua vida útil, o
telescópio Kepler será capaz de acompanhar planetas transitando
periodicamente ao redor de suas estrelas em múltiplos ciclos. Isto irá
permitir que os astrônomos confirmem a presença dos planetas.

Planetas do tamanho da Terra em zonas habitáveis teoricamente
levarão cerca de um ano para completar uma órbita, de forma que o
Kepler irá monitorar essas estrelas por pelo menos três anos para
confirmar sua presença. Telescópios instalados no solo, além dos
telescópios espaciais Hubble e Spitzer, empreenderão estudos de
acompanhamento nos planetas maiores, que possam ser vistos com suas
resoluções.

"O telescópio Kepler é de fundamental importância no entendimento de
que tipos de planetas formam-se ao redor de outras estrelas," diz a
caçadora de exoplanetas Debra Fischer, da Universidade do Estado de São
Francisco. "As descobertas que emergirem serão usadas imediatamente
para estudar as atmosferas dos exoplanetas gigantes gasosos com o
Spitzer. E as estatísticas que serão compiladas nos ajudarão a traçar
uma rota em direção a um pálido ponto azul como a nossa Terra,
orbitando outra estrela de nossa galáxia."

Fonte : Inovação Tecnológica

Cientistas encontram buraco negro na Via LácteaAstrônomos alemães confirmaram que há um buraco negro gigantesco no centro da Via Láctea, a galáxia onde fica o planeta Terra.

Astrônomos alemães confirmaram que há um buraco negro gigantesco no centro da Via Láctea, a galáxia onde fica o planeta Terra.

Os especialistas rastrearam o movimento de 28 estrelas que circulavam no centro da galáxia utilizando o Observatório Europeu
do Sul, no Chile.

O buraco negro tem uma massa 4 milhões de vezes maior do que a do nosso Sol, de acordo com o trabalho científico publicado
em The Astrophysical Journal.

Buracos negros são objetos cuja gravidade é tão forte que nada – nem a luz – consegue escapar.

De acordo com Robert Massy, da Sociedade Real Astronômica, os resultados sugerem que as galáxias se formam em volta de buracos
negros gigantescos da forma como pérolas ao redor de fragmentos dentro das ostras.

‘A pérola negra’

Massy
disse: "Embora nós pensemos em buracos negros como algo ameaçador, no
sentido de que se você se aproximar de um estará em perigo, eles podem
ter desempenhado um papel em ajudar a formação de galáxias – não apenas
a nossa própria mas todas as galáxias."

"Eles desempenharam um papel em juntar matéria e se houver uma densidade de matéria alta o suficiente há condições para as
estrelas se formarem."

"Então a primeira geração de estrelas e galáxias pode ser criada."

Os pesquisadores do Instituto para Física Extraterrestre Max-Planck na Alemanha disseram que o buraco negro está a 27 mil
anos-luz da Terra.

"Sem
dúvida, o aspecto mais espetacular de nosso estudo de 16 anos é que ele
proporcionou o que é considerada agora a melhor evidência empírica de
que maciços buracos negros realmente existem", afirmou Reinhard Genzel,
chefe da equipe de pesquisa.

"As órbitas estelares no centro da galáxia mostram que a concentração central de massa de 4 milhões de massas solares tem
que ser um buraco negro, acima de qualquer dúvida razoável."

Fonte : BBCBrasil

LUA DE MARTE PARECE SER UMA PILHA DE DESTROÇOS, DIZ ESA

Densidade de Fobos sugere que a lua é composta por um agregado de rochas unidas por gravidade

Uma série de passagens próximas entre a sonda européia Mars Express e Fobos, uma das luas de Marte, está convencendo cientistas e que o astro não é uma rocha única consolidada, mas uma pilha de destroços. De acordo com nota da Agência Espacial Européia (ESA) o mistério é determinar da onde os destroços vieram.

Diferentemente da Terra, que conta com uma única grande lua, Marte tem dois pequenos satélites naturais. O maior é Fobos, com 27 km de comprimento e 22 km de largura. 

Nos últimos meses, a Mars Express fez uma série de passagens próximas de Fobos. Imagens foram feitas com uma câmera de alta resolução e estão sendo analisadas pela equipe do cientista alemão Gerhard Neukum. Outra equipe, de Martin Paetzold, usou sinais de rádio para estimar a massa da lua.

Segundo Pascal Rosenblatt, do Real Observatório da Bélgica e membro da equipe de Paetzold, as novas medições são dez vezes mais precisas que as realizadas em missões anteriores, e indicam uma massa de um bilionésimo da terrestre. O resultado sugere uma densidade de 1,85 g por centímetro cúbico, muito abaixo da encontrada nas rochas da superfície de Marte, mas semelhante à de uma categoria de asteróides, os chamados do tipo D.

Cientistas acreditam que asteróides tipo D são corpos fraturados, repletos de grandes cavernas. Não seriam objetos consolidados, mas aglomerados que se mantêm coesos graças à atração da gravidade.

Além disso, dados espectroscópicos da Mars Express e de outras sondas mostram que Fobos tem uma composição similar à dessa família de asteróides. Isso sugere que Fobos, e possivelmente a lua menor, Deimos, são asteróides capturados. No entanto, uma observação continua sem explicação: o fato de Fobos orbitar exatamente sobre o equador marciano. Normalmente, asteróides capturados assumem órbitas aleatórias. 

Referência: Estadão.com.br

Hubble finds carbon dioxide on an extrasolar planet

09-Dec-2008: The NASA/ESA Hubble Space Telescope has
discovered carbon dioxide in the atmosphere of a planet orbiting
another star. This is an important step along the trail of finding the
chemical biotracers of extraterrestrial life, as we know it.

The
Jupiter-sized planet, called HD 189733b, is too hot for life. But new
Hubble observations are a proof-of-concept demonstration that the basic
chemistry for life can be measured on planets orbiting other stars.
Organic compounds can also be a by-product of life processes and their
detection on an Earth-like planet may someday provide the first
evidence of life beyond Earth.

Previous observations of HD
189733b by Hubble and the Spitzer Space Telescope found water vapour.
Earlier this year Hubble found methane in the planet’s atmosphere.

"This
is exciting because Hubble is allowing us to see molecules that probe
the conditions, chemistry, and composition of atmospheres on other
planets,
" says first author Mark Swain of The Jet Propulsion Laboratory in Pasadena, USA. "Thanks
to Hubble we’re entering an era where we are rapidly going to expand
the number of molecules we know about on other planets.
"

The
international team of astronomers used Hubble’s Near Infrared Camera
and Multi-Object Spectrometer (NICMOS) to study infrared light emitted
from the planet, which lies 63 light-years away. Gases in the planet’s
atmosphere absorb certain wavelengths of light from the planet’s hot
glowing interior. The team identified not only carbon dioxide, but also
carbon monoxide. The molecules leave their own unique spectral
fingerprint on the radiation from the planet that reaches Earth. This
is the first time a near-infrared emission spectrum has been obtained
for an extrasolar planet."The carbon dioxide is kind of the main
focus of the excitement, because that is a molecule that under the
right circumstances could have a connection to biological activity as
it does on Earth,
" Swain says. "The very fact that we’re able to
detect it, and estimate its abundance, is significant for the long-term
effort of characterizing planets both to find out what they’re made of
and to find out if they could be a possible host for life.
"

This
type of observation is best done for planets with orbits tilted edge-on
to Earth. They routinely pass in front of and then behind their parent
stars, phenomena known as eclipses. The planet HD 189733b passes behind
its companion star once every 2.2 days. This allows an opportunity to
subtract the light of the star alone (when the planet is blocked) from
that of the star and planet together prior to eclipse), thus isolating
the emission of the planet alone and making possible a chemical
analysis of its "day-side" atmosphere.

In this way, Swain
explains that he’s using the eclipse of the planet behind the star to
probe the planet’s day side, which contains the hottest portions of its
atmosphere. "We’re starting to find the molecules and to figure out
how many of them there are to see the changes between the day side and
the night side,”
"Swain says.

This successful demonstration of
looking at near-infrared light emitted from a planet is very
encouraging for astronomers planning to use the NASA/ESA/CSA James Webb
Space Telescope when it is launched in 2013. These biomarkers are best
seen at near-infrared wavelengths.

Astronomers look forward to
using JWST to spectroscopically look for biomarkers on a terrestrial
planet the size of Earth, or a "super-Earth" several times our planet’s
mass.

Swain and colleagues next plans to search for molecules in
the atmospheres of other extrasolar planets, as well as trying to
increase the number of molecules detected in extrasolar planet
atmospheres. He also plans to use molecules to study changes that may
be present in extrasolar planet atmospheres to learn something about
the weather on these distant worlds.

Co-author Giovanna Tinetti from University College London adds: "In
the terrestrial planets of our solar system, carbon dioxide plays a
crucial role for the stability of climate. On Earth, carbon dioxide is
one of the ingredients of the photosynthesis and a key element for the
carbon cycle. Our observations represent a great opportunity to
understand the role of carbon dioxide in the atmospheres of hot Jupiter
type planets
".

Notes for editors:

The Hubble Space Telescope is a project of international cooperation between ESA and NASA.

Image credit: ESA, NASA, M. Kornmesser (ESA/Hubble) and STScI

The
science team members are M.R. Swain (JPL, USA), G. Vasisht (JPL, USA),
G. Tinetti (University College London, UK), J. Bouwman (Max-Planck
Institute for Astronomy, Germany), Pin Chen (JPL, USA), Y. Yung
(Caltech, USA) & D. Deming (Goddard Space Flight Center USA)

Fonte

Missão da Phoenix em Marte chega ao fim

Missão da Phoenix em Marte chega ao fim


[Imagem: Corby Waste/NASA]

A sonda espacial Phoenix está literalmente no entardecer de sua
muito bem-sucedida missão a Marte. Com a chegada do inverno marciano,
seus painéis solares não conseguem mais gerar a eletricidade necessária
ao seu funcionamento e ela está sendo desligada aos poucos.

Esta imagem é uma criação artística feita por Corby Waste, da Nasa,
ilustrando de forma poética o fim da missão que vai passar para a
história como tendo encontrado gelo na superfície de Marte.

Mas esta não será a última vez que ouviremos falar da Phoenix. As
inúmeras imagens e gigabytes de dados que ela enviou para a Terra
durante os cinco meses de sua missão continuam sendo analisados pelos
cientistas e, quase certamente, várias outras descobertas importantes
ainda emergirão desse trabalho.

Além de ter encontrado gelo em Marte, a sonda Phoenix também fotografou neve no planeta vermelho, que não chega a cair no solo, derretendo-se ainda na atmosfera.

Com este nome, resta esperar para ver se a chegada de uma nova
estação, mais ensolarada, não irá fazer a Phoenix renascer das cinzas
marcianas.

Fonte : Inovação Tecnológica

Campo de força magnético vai permitir viagens a Marte e além

"Levantar escudos." Muito conhecida pelos amantes da ficção
científica, esta expressão logo poderá tornar-se realidade. Não para
permitir a defesa de nossas espaçonaves contra os Klingons e outros
alienígenas, mas para proteger nossos astronautas da própria radiação
espacial.

Este é o resultado inesperado de uma outra área de pesquisas muito
promissora, a da fusão nuclear. Muito antes de criar uma fonte
inesgotável de energia limpa, as pesquisas com a fusão nuclear começam a mostrar resultados na área das viagens espaciais.

Clima espacial

Em um artigo que acaba de ser publicado na revista científica Plasma Physics and Controlled Fusion,
os cientistas afirmam ter descoberto formas de reduzir a radiação
espacial a níveis aceitáveis para o ser humano, tornando as viagens
espaciais de longa duração um objetivo mais próximo da realidade.

A comunidade científica é unânime em afirmar que o chamado "clima
espacial" é o maior obstáculo às viagens espaciais. A radiação do Sol e
os raios cósmicos representam ameaças mortais para os astronautas. Pelo
menos até que seja possível criar escudos eficientes o bastante para
manter essa radiação do lado de fora das espaçonaves.

Escudo para espaçonaves

Agora, utilizando o conhecimento acumulado ao longo de décadas pelas
pesquisas com a fusão nuclear, os cientistas demonstraram que é
possível criar um escudo para as espaçonaves, uma espécie de
magnetosfera portátil, que imita o funcionamento do campo de força
natural da Terra.

O objetivo desse campo de força será manter afastadas as partículas
de alta energia que surgem praticamente sem avisos na forma de
"tempestades espaciais". Na Terra somos protegidos por uma espécie de
"bolha magnética" – o nosso próprio campo de força natural, chamado
magnetosfera, que mantém essas partículas afastadas.

Campo de força

A idéia de criar um campo de força ao redor das espaçonaves existe
desde os anos 1960, mas acreditava-se que ela não seria prática porque
mesmo uma "mini-magnetosfera" teria que ser muito grande para
funcionar, ao redor de 100 quilômetros de diâmetro.

Usando os equipamentos originalmente construídos para trabalhar com
a fusão nuclear, os cientistas recriaram uma minúscula porção de vento
solar e confirmaram que é possível criar um "buraco" nessa onda de
radiação usando um equipamento em pequena escala, em dimensões práticas
e com poder suficiente para manter protegida uma espaçonave.

O gerador de campo magnético que será responsável pelo cumprimento
da ordem de "Levantar escudos" tem apenas 1,5 metro de comprimento.

"Os experimentos iniciais mostraram-se promissores e demonstraram
que pode ser possível criar um escudo para manter os astronautas
protegidos das mortais tempestades espaciais," comentou a Dra. Ruth
Bamford, uma das participantes da pesquisa.

Fonte : Inovação Tecnológica

Simulação galáctica poderá resolver mistério da matéria escura

Simulação galáctica poderá resolver mistério da matéria escura

Os cientistas acreditam que a matéria escura representa 85% da massa
do Universo. Mas cientistas não convivem muito bem com o termo
"acreditam" e estão sempre buscando "evidências" um pouco mais
concretas.

Agora eles se juntaram em um projeto internacional, chamado
Consórcio Virgem, no qual eles usaram uma simulação de computador numa
escala sem precedentes para recriar aevolução de uma galáxia similar à Via Láctea.

"Vendo" a matéria escura

A simulação permitiu que os astrônomos e cosmologistas "vissem" os
raios gama emitidos pela matéria escura, o que torna muito mais fácil a
busca pela sua observação direta, que agora poderá ser dirigida para os
pontos mais prováveis onde ela poderá ser detectada. Eles esperam que
essa observação direta possa ser feita pelo Telescópio Fermi, da NASA.

Os cientistas estavam de olho nos chamados halos, auréolas
provavelmente formadas por matéria escura. Esses halos circundam as
galáxias, podendo conter uma massa até um trilhão de vezes maior do que
a do Sol.

As simulações mostraram como essas auréolas de matéria escura
crescem através de uma série de violentas colisões e fusões entre
aglomerados muito menores de matéria escura que emergiram do Big Bang.

Enigma invisível

Os pesquisadores descobriram que os raios gama produzidos quando as
partículas colidem em áreas com alta densidade de matéria escura podem
ser mais facilmente detectados em regiões na Via Láctea nas
proximidades do Sol na direção geral do centro da galáxia.

Agora eles querem que o Telescópio Fermi seja apontado na direção
indicada por eles. "A busca pela matéria escura tem dominado a
cosmologia por muitas décadas. Ela poderá brevemente chegar ao seu
destino," diz o pesquisador Carlos Frenk. "Resolver o enigma da matéria
escura será uma das maiores descobertas científicas do nosso tempo,"
diz ele.
Fonte : Inovação Tecnológica

Toda a matéria do universo é virtual

Confirmado: a matéria é resultado de flutuações do vácuo quântico


Redação do Site Inovação Tecnológica – 25/11/2008

A teoria de que a matéria não tem fundações tão firmes quanto
sugerem termos como "concreto" e "sólido" não é tão nova. Mas esta é a
primeira vez que os cientistas conseguiram demonstrar que a matéria se
origina de meras flutuações do vácuo quântico.

Modelo Padrão da Física

Uma equipe internacional de físicos demonstrou de forma conclusiva
que o Modelo Padrão da física das partículas – a teoria que descreve as
interações fundamentais das partículas elementares para formar toda a
matéria visível no universo – explica com precisão a massa dos prótons
e dos nêutrons.

"Mais de 99% da massa do universo visível é formado por prótons e
nêutrons," afirma o estudo, publicado na revista Science. "Esses dois
tipos de partículas são muito mais pesados do que os quarks e glúons
que as constituem, e o Modelo Padrão da física deve explicar essa
diferença."

O que faz com que a matéria seja matéria?

Cada próton e cada nêutron é formado por três quarks. Ocorre que
esses três quarks juntos respondem apenas por 1% da massa de todo os
prótons ou nêutrons. A explicação conclusiva que faltava era: Então, o
que responde pelo restante da massa dessas partículas? Em outras
palavras, "O que faz com que a matéria seja matéria?"

O Dr. Andreas S. Kronfeld explica que, como os núcleos atômicos
formam quase todo o peso do mundo, e como esses núcleos são compostos
de partículas chamadas quarks e glúons, "os físicos acreditam há muito
tempo que a massa do núcleo atômico tem sua origem na complicada forma
com que os glúons se ligam aos quarks, conforme as leis da
cromodinâmica quântica (QCD – Quantum ChromoDynamics)."

Partículas virtuais

Os glúons são uma espécie de "partículas virtuais," que surgem e
desaparecem de forma aleatória. O campo formado por essas partículas
virtuais seria responsável pela força que une os quarks – a chamada
força nuclear forte.

Ocorre que, como o número de interações reais e virtuais entre
quarks e glúons é estimada na casa dos trilhões, é incrivelmente
difícil, ou até mesmo impossível, usar as equações da QCD
(cromodinâmica quântica) para calcular a força nuclear forte.

Os pesquisadores então criaram uma nova técnica, batizada por eles
de Rede QCD, na qual o espaço é representando na forma de uma rede
discreta de pontos, como os pixels de uma tela de computador. Este
modelo permitiu que os cientistas incorporassem toda a física
necessária e deu a eles o controle das aproximações numéricas e da taxa
de erros nos cálculos da massa dos hádrons – prótons, nêutrons e píons.

A rede QCD reduz toda a complexidade das equações virtualmente
insolúveis em um conjunto de integrais, que puderam ser programadas
para solução em um programa de computador.

Isto permitiu que, pela primeira vez, os físicos incluíssem em seus
cálculos as interações quark-antiquark, uma das maiores complexidades
da força nuclear forte. Agora, além dos glúons, eles sabem que a massa
dos quarks-antiquarks se origina da flutuação do vácuo quântico.

Diferença entre acreditar e saber

Conforme os pesquisadores, agora é possível eliminar a expressão "os
físicos acreditam", substituindo-a por "os físicos sabem", quando o
assunto é a QCD.

Segundo o Dr. Kronfeld, os cálculos revelaram que, "mesmo se a massa
dos quarks for eliminada, o massa do núcleo não varia muito, um
fenômeno algumas vezes chamado de ‘massa sem massa’."

Toda a matéria do universo é virtual

A forma como a natureza cria a massa dos quarks é um dos assuntos de maior interesse dos físicos que irão trabalhar no Grande Colisor de Hádrons, o LHC,, que deverá começar a funcionar em 2009.

O LHC vai tentar confirmar experimentalmente a existência do chamado
campo de Higgs, que explica a massa dos quarks individuais, dos
elétrons e de algumas outras partículas. Ocorre que o campo de Higgs
também cria a massa a partir das flutuações do vácuo quântico.

Ou seja, com a atual confirmação de que a massa dos glúons e
quarks-antiquarks tem sua origem na flutuação do vácuo quântico, se o
LHC confirmar a existência do campo de Higgs, então a conclusão
inevitável será de que toda a matéria do universo é virtual,
originando-se de meras flutuações de energia.

Fonte : Inovação Tecnológica

Telescópio revela buraco negro galáctico

Ganhos significativos no poder de resolução de telescópios virtuais podem fornecer evidências da existência de buracos negros
por JR Minkel

NASA, /CXC, MIT, F.K.Baganoff et al

Buraco negro galáctico

Observadores
do céu estão muito perto de encontrar evidências concretas do buraco
negro que provavelmente se esconde no centro da Via Láctea. Para
realizar essa proeza, os astrônomos utilizaram um telescópio “virtual”
que vasculhou mais de 4.500 km para localizar Sagittarius A* (“estrela
A”), a fonte de luz que, segundo eles, indica a localização de um
buraco negro quatro milhões de vezes mais massivo que o Sol.

Eles
conseguiram resolver Sagittarius A* dentro de 37 microssegundos de
arco, o diâmetro de uma bola de beisebol na Lua, vista da Terra. Com
base nas dimensões da região emissora de luz acredita-se que ela esteja
deslocada da posição exata do buraco negro, que suga gás e poeira do
disco que espirala em torno dele e que emite luz.

Por outro
lado, os pesquisadores especulam que Sagittarius A* pode ser ou gás com
alta velocidade situado de um dos lados do disco de acreção em rotação
ou um jato de matéria que esta sendo ejetado de algum ponto em torno do
buraco negro.

Já estamos convencidos de que o buraco negro
existe, comenta o autor do estudo Shepherd Doeleman, astrofísico do
Haystack Observatory do Massachusetts Institute of Technology. "Agora,
podemos obter informações na verdadeira escala em que acreditávamos que
as coisas deviam estar acontecendo no buraco negro galáctico”.

Observações anteriores do provável buraco
negro foram prejudicadas pela presença de gás e poeira das vizinhanças
que refletiam ondas de rádio de comprimentos de onda mais longos.

Para
ultrapassar essa névoa, Doeleman e seus colegas utilizaram um arranjo
espacial para juntar quatro radiotelescópios ─ um no Arizona, outro na
Califórnia e outros dois no Havaí ─ em uma técnica chamada de
interferometria de longa distância de base (VLBI em inglês). Quanto
maiores as dimensões do arranjo de telescópios, maior o poder de
resolução do telescópio virtual equivalente.

Os quatro
instrumentos juntos permitiram fazer varreduras da região com sinais de
rádio em comprimentos de onda muito curtos (1,3 milímetros), na faixa
de microondas, que consegue penetrar na nuvem de gás.

Resultados
das observações indicaram que Sagittarius A* tinha uma extensão de
cerca de 50 milhões de quilômetros, ou um terço da distância média
entre o Sol e a Terra. Os astrônomos gostariam de observar luz
proveniente das vizinhanças do horizonte de eventos ─ o limite além do
qual nem a própria luz consegue escapar da ação gravitacional extrema
do buraco negro.

Acredita-se que a distorção do espaço-tempo em
torno do horizonte de eventos faz o diâmetro dessa região parecer maior
que realmente é e ─ nesse caso ─ maior que os detalhes que o grupo
conseguiu identificar, avalia Doeleman.

Ele observa que o
grupo espera aumentar ainda mais o poder de resolução do arranjo de
telescópios para investigar uma suposta “sombra” na frente do buraco
negro, que poderá fornecer uma prova definitiva de sua existência.

Uma
outra possibilidade seria medir a taxa de rotação do buraco negro, uma
propriedade básica ─ além da massa ─ que os pesquisadores nunca
observaram diretamente antes. Estamos entusiasmados, acrescenta
Doeleman, “pois agora podemos começar a formular perguntas.”

Fonte : SCIAM