Descoberto exoplaneta bem no centro da “zona habitável”

Uma equipe de caçadores de planetas liderada por astrônomos da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e da Instituição Carnegie, de Washington, anunciaram a descoberta de um exoplaneta situado na "zona habitável" em volta de sua estrela.

O planeta, com três vezes a massa da Terra, orbita uma estrela relativamente próxima, a uma distância que o coloca bem no meio da zona habitável – a região cujas temperaturas permitem a existência de água líquida na superfície do planeta.

Exoplaneta habitável

Se as observações iniciais forem confirmadas, este pode ser o exoplaneta mais parecido com a Terra já descoberto e o primeiro forte candidato para ser potencialmente habitável.

Para os astrônomos, um planeta "potencialmente habitável" é um planeta capaz de sustentar a vida, mas não necessariamente seria algo que os humanos considerariam um lugar agradável para viver.

A habitabilidade depende de muitos fatores, mas a água líquida e uma atmosfera estão entre os mais importantes.

"Nossos resultados oferecem um caso muito convincente para um planeta potencialmente habitável," disse Steven Vogt, membro da equipe. "O fato de termos sido capazes de detectar esse planeta tão rapidamente e tão perto nos diz que planetas como este devem ser muito comuns."

Sistema Gliese 581

O planeta foi encontrado ao redor da mesma estrela onde já havia sido encontrado o exoplaneta mais parecido com a Terra até então.

Os cientistas descobriram na verdade dois novos planetas ao redor da estrela Gliese 581, elevando o total de planetas no sistema para seis.

A estrela Gliese 581 está localizada a 20 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Libra.

Dois planetas detectados anteriormente em torno da estrela ficam nas bordas da zona habitável, um no lado quente (planeta 581c) e outro no lado frio (planeta 581d). Embora alguns astrônomos ainda acreditem que o planeta 581d possa ser habitável se ele tiver uma atmosfera densa, com um forte efeito estufa para aquecê-lo, outros são céticos.

Já o recém-descoberto Gliese 581g fica exatamente entre os outros dois, em um ponto muito interessante, bem no meio da zona habitável.

Gliese 581g

O Gliese 581g tem uma massa de três a quatro vezes a da Terra e um período orbital de menos de 37 dias. Sua massa indica que ele é provavelmente um planeta rochoso, com uma superfície definida e com uma gravidade suficiente para reter uma atmosfera.

O planeta 581g tem uma posição fixa em relação à estrela, o que significa que um lado está sempre voltado para a estrela, em um dia eterno, enquanto o lado está voltado para longe da estrela, em perpétua escuridão.

Segundo os pesquisadores, a zona mais habitável na superfície do planeta seria a linha entre a sombra e a luz, que apresentaria uma temperatura média, estimada entre -31 e -12 graus Celsius.

Se o Gliese 581g tiver mesmo uma composição rochosa semelhante à da Terra, seu diâmetro seria de cerca de 1,2 a 1,4 vez o da Terra. A gravidade seria a mesma ou ligeiramente maior que a da Terra.

Vida fora da Terra

Os astrônomos estão surpresos com a rapidez com que estão sendo encontrados planetas com capacidade de sustentar vida.

Há poucos anos, falar de planetas habitáveis ao redor de outras estrelas era sinônimo de falar de alienígenas – daí para ETs e discos voadores era uma questão de alguns cochichos, o que poderia arruinar a carreira de um cientista.

"Se eles fossem raros, não deveríamos ter encontrado um de forma tão rápida e tão perto," disse Vogt. "O número de sistemas com planetas potencialmente habitáveis é provavelmente da ordem de 10 ou 20 por cento, e quando você multiplica isso por centenas de bilhões de estrelas só na Via Láctea, isto dá um número grande. Pode haver dezenas de bilhões desses sistemas em nossa galáxia."

As descobertas mais recentes já deram aos cientistas o embasamento e a coragem suficientes para falar de vida fora da Terra. Mas, por enquanto, eles afirmam que essa vida deve estar na forma de extremófilos, organismos muito simples, capazes de viver em condições ambientais extremas em relação ao clima da Terra.

Mas, se os cálculos indicam números tão elevados de planetas habitáveis dispersos apenas em nossa galáxia, também esse discurso logo poderá ser atualizado.

Planeta parecido com a Terra pode abrigar vida

A estrela Gliese 581 tem pelo menos seis planetas, um dos quais bem no meio da zona habitável, onde pode haver água e atmosfera.[Imagem: Lynette Cook/UCSC]

Fonte : Inovação Tecnológica

Físico propõe criação de um buraco negro eterno

Buraco negro eterno

Os buracos negros, com sua gravidade imensa, capaz de reter até a luz, pareciam ser indestrutíveis, até que Stephen Hawking calculou que eles deixam escapar radiação.

Em termos práticos, isso significa que os buracos negros também podem morrer, "evaporando" até exaurir toda a sua matéria – ainda que isso leve um tempo incalculável.

Mas pode ainda haver uma forma de fazer um buraco negro "eterno".

Stephen Hsu, da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, acredita ter encontrado a receita para um buraco negro que nunca irá se extinguir.

Depois de ter descoberto que buracos negros podem ser portais para outros universos, Hsu acredita ser possível criar um buraco negro que nunca se acabe usando um ingrediente ainda mais estranho: um buraco branco.

Buracos brancos

Buracos brancos são buracos negros que viajam para trás no tempo, arremessando sua matéria para o espaço, em vez de sugar o que encontra pela frente.

Enquanto um buraco negro pode se formar a partir de uma estrela que entre em colapso, os astrofísicos calculam que um buraco branco vai explodir e deixar uma estrela em seu lugar.

É claro que até hoje ninguém nunca observou um buraco branco, mas a teoria da relatividade geral não coloca nenhum empecilho à sua existência.

Stephen Hsu calculou que um buraco branco, localizado em um vácuo perfeito – ele não sofre influência de qualquer radiação vinda do passado distante – à medida que ejeta seu conteúdo, vai emitir também feixes de uma radiação essencialmente idêntica à radiação de Hawking dos buracos negros.

Hsu percebeu então que, se o processo for rodado para trás, seria o mesmo que um buraco negro se formando e, em seguida, passando a existir em um vácuo perfeito, sem radiação de Hawking. "Ele se torna um buraco negro que não é radiante, o que é uma coisa muito estranha", disse Hsu à revista New Scientist.

Cofre perfeito

Eventualmente uma possibilidade teórica. Mas, ainda assim, uma possibilidade complicada de realizar. O problema é que, para executar esse processo para trás e criar o buraco negro eterno, seria necessário criar uma explosão de radiação precisamente ajustada para interferir com a radiação de Hawking.

"Talvez em uma civilização altamente avançada, os físicos possam criar um buraco negro que não evapore," disse ele. "Seria incrivelmente difícil, mas matematicamente é possível fazê-lo."

E para o quê alguém iria querer construir um buraco negro eterno? Para guardar informações eternamente sigilosas lá dentro, talvez.

 

Tecido em spray é borrifado no corpo e cria roupa sob medida

Tecido em spray

Um tecido que pode ser borrifado na pele ou em outras superfícies para fazer roupas, curativos médicos e até cortinas e estofados foi apresentado nesta quinta-feira.

O material, desenvolvido pelo acadêmico e estilista espanhol Manoel Torres, em parceria com Paul Luckan, especialista em tecnologia de partículas do Imperial College London, foi batizado deFabrican Spray-on.

Uma vez aplicado na pele com tecnologia aerossol, ele seca instantaneamente, não forma costuras, pode ser lavado e vestido novamente.

O tecido é composto por uma mistura de fibras pequenas, substâncias conhecidas como polímeros – que fazem com que as fibras se unam – e um solvente que permite que ele seja aplicado em forma líquida.

Material futurístico

Após a aplicação, que pode ser feita com lata de aerossol ou um spray de alta pressão, o solvente se evapora.

A textura pode ser alterada de acordo com o tipo de fibra usada (lã, linho ou acrílico) e dependendo da forma de aplicação.

“Quando comecei este projeto, queria criar um material futurístico, sem costuras, rápido e confortável”, disse Torres.

“Na minha busca por produzir este tipo de tecido, terminei voltando aos princípios de tecidos mais antigos como o feltro, que também é produzido a partir de fibras e um modo de uni-las sem costurá-las ou tecê-las.”

“Como artista, passei meu tempo sonhando com criações únicas, mas como cientista, tenho que me focar em fazer coisas reproduzíveis. Quero mostrar como a ciência e a tecnologia podem ajudar estilistas a criar novos materiais.”

Curativos e bancos de carros

A moda, no entanto, é apenas um dos usos para a tecnologia.

Torres criou uma empresa, a Fabrican Ltd, com o professor Luckham, para explorar outras aplicações, como bandagens médicas, lenços umedecidos, perfumadores de ar e estofados para móveis e carros.

“A aplicação do tecido borrifado na moda é uma excelente forma de anunciar o conceito, mas também queremos trabalhar com novas aplicações nas indústrias médica, de transporte e química”, disse Luckham.

“Por exemplo, o tecido pode ser produzido e mantido em uma lata de aerossol esterilizada, que poderia ser perfeita para fazer curativos borrifados sem aplicar nenhuma pressão, no caso de queimaduras, ou para aplicar remédios diretamente sobre um ferimento”, completou.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2010/09/100917_sprayroupasvideo.shtml

Raio trator começa a se tornar realidade

Pesquisadores da Universidade Nacional Australiana conseguiram mover nanopartículas no ar ao longo de grandes distâncias, utilizando apenas um feixe de laser especialmente projetado para a tarefa.
Embora eles se refiram ao feito como o primeiro passo rumo a um "raio trator", uma forma de capturar naves espaciais ou asteroides, muito difundida em filmes de ficção científica, o experimento não funcionaria no vácuo do espaço.
Contudo, o feito pode ter grande impacto aqui na Terra, se não para arrastar pedras e carros, pelo menos para ajudar na delicada montagem de micro e nanomáquinas e de componentes eletrônicos em nanoescala e para lidar com amostras biológicas.
 
Raio laser oco
A equipe do professor Andrei Rode usou um feixe oco de laser para capturar micro e nanopartículas em seu núcleo escuro.
O laser oco funciona como um duto, ao longo do qual as partículas absorvedoras de luz podem ser movimentadas para frente e para trás a distâncias de até um metro.
"Quando as pequenas partículas são capturadas neste núcleo escuro, coisas muito interessantes começam a acontecer," conta o Dr. Rode. "Como a gravidade, as correntes de ar e os movimentos aleatórios das moléculas do ar ao redor da partícula empurra-a para fora do centro. Um dos seus lados fica iluminado pelo laser, enquanto o outro fica no escuro."
Como as partículas são sensíveis à luz, a diferença cria um pequeno empuxo, conhecido como força fotoforética, que empurra a partícula pelo túnel de luz.
"Além do efeito de aprisionamento, uma parte da energia do feixe e a força resultante empurra a partícula ao longo do duto oco do laser," diz o pesquisador.
Os experimentos foram feitos com nanopartículas de carbono com dimensões entre 100 nanômetros e 10 micrômetros, que foram aprisionadas e movimentadas por um laser de baixa potência, na faixa dos microWatts.
 
Usos práticos do raio trator
O raio trator se mostrou bastante preciso, posicionando a partícula com uma precisão de 2 micrômetros tanto na transversal quanto na longitudinal.
Outro elemento importante do experimento é que a estratégia de aprisionamento segura as partículas na intensidade mínima do laser, reduzindo assim o aquecimento a que elas ficam sujeitas e inibindo alterações em suas propriedades induzidas pela luz.
Os pesquisadores destacam que isto é um ponto importante para estudar diretamente as propriedades das partículas e para usar o raio trator para capturar células vivas.
E o Dr. Rode prevê ainda várias outras aplicações práticas para o seu raio trator.
"[As aplicações possíveis] incluem dirigir e ajuntar partículas no ar, manipular micro-objetos, capturar amostras de aerossóis atmosféricos, além de capturar e manusear materiais sem contato e com baixo nível de contaminação.
"Além disso, o feixe de laser oco poderá ser utilizado para transportar substâncias perigosas e micróbios, em pequenas quantidades", prevê ele.

Relatório sugere desacelerar busca de exoplanetas

Relatório sugere desacelerar busca de exoplanetas
A influente “pesquisa da década” defende ênfase no estudo da matéria escura
por John Matson

O estudo de planetas fora do Sistema Solar foi um dos assuntos mais quentes do mundo científico nos anos 2000, década que viu a conta de exoplanetas aumentar por um fator de mais de 10. No fim de 2009, mais de 400 mundos haviam sido descobertos nesse jovem campo de estudo e os cientistas trabalhando na missão de caça-planetas Kepler, da Nasa, estavam se preparando para anunciar as primeiras descobertas de seu veículo espacial recém-lançado. 

Em 13 de agosto, tornou-se um pouco mais claro como será a próxima década para os cientistas de exoplanetas graças à publicação de um relatório desenvolvido para guiar os campos da astronomia e da astrofísica durante a década a partir de 2010. A chamada “pesquisa da década”, produzida a cada 10 anos por um comitê de especialistas reunido pelo Conselho Nacional de Pesquisa, elege as prioridades orçamentárias que a Nasa, a Fundação Nacional de Ciência e o Departamento de Energia devem seguir. 

O relatório “Novos Mundos: Novos Horizontes em Astronomia e Astrofísica” sinalizou a descoberta de exoplanetas próximos e potencialmente habitáveis como um dos três objetivos primários da ciência para a próxima década. Porém, em vez de dar apoio a uma missão imediatamente seguinte à Kepler, que agora parece estar no caminho certo para descobrir centenas de novos exoplanetas nos próximos anos, o comitê recomendou substituir a campanha exoplanetária nos próximos anos por uma missão destinada a estudar a energia escura.

Além disso, recomendou postergar uma busca dedicada a exoplanetas até a próxima “pesquisa da década”. Esse atraso significa que um dos principais objetivos da ciência dos exoplanetas – encontrar um mundo potencialmente habitável e procurar nele sinais de vida – parece continuar além do horizonte. 

Outro golpe específico desferido contra os caçadores de exoplanetas pela nova pesquisa foi uma recomendação contra a Missão de Interferometria Espacial (SIM, na sigla em inglês), um observatório espacial que poderia ter sido lançado antes do fim da última década. A tarefa do SIM era fazer medições precisas de posições estelares, tarefa conhecida como astrometria, e usar os movimentos dessas estrelas sob a influência gravitacional dos planetas para procurar Terras próximas. A missão, então conhecida como Missão de Interferometria Astrométrica, foi recomendada como “pesquisa da década” de 1990 e reforçada em 2000, mas o novo relatório a considerou muito custosa e unidimensional para ser competitiva.

“Pessoalmente, falando como astrometrista, acho que o veredicto [sobre o SIM] foi previsível e irritante”, observa Fritz Benedict, astrônomo da University of Texas, em Austin. “Por que previsível? A astrometria é difícil de vender. Não tiramos fotos bonitinhas. Por que irritante? Provavelmente teríamos encontrado planetas com a massa da Terra, em órbitas como a da Terra, ao redor de estrelas próximas, parecidas com o Sol”. 

O Kepler deve ser sensível o suficiente para detectar mundos parecidos com a Terra, mas o dispositivo está mais interessado em observar um grande número de estrelas distantes do que um pequeno número de estrelas locais, cuja proximidade permitiria um estudo mais detalhado de quaisquer companheiros planetários. 

Uma vez que esses mundos parecidos com a Terra sejam encontrados, uma missão proposta, como o Localizador de Planetas Terrestres (TPF, na sigla em inglês) poderia escanear esses planetas procurando assinaturas químicas, como as de oxigênio e metano, que podem indicar a presença de vida. Essa foi a sequência recomendada por uma força-tarefa de exoplanetas do Comitê de Aconselhamento para Astronomia e Astrofísica, que assessora a Nasa e outras agências governamentais.

O relatório de 2008 da força-tarefa recomendou uma missão de astrometria espacial como sendo o primeiro passo mais viável para detectar possíveis planetas com vida. Porém, a nova pesquisa da década concluiu que os planetas alvo para uma missão do tipo TPF poderiam ser identificados a partir de observatórios terrestres, eliminando a necessidade pelo SIM, mesmo que a sensibilidade desses telescópios atualmente esteja longe de ser suficiente para levar a cabo uma pesquisa assim.

A TPF mal é mencionada por seu nome no novo relatório, mas seus objetivos aparecem em grande escala nas recomendações do comitê. “A prioridade máxima de uma missão classe-média é o desenvolvimento tecnológico para uma missão de imageamento exoplanetário, que é a TPF”, afirma James Kasting da Pennsylvania State University, que trabalhou em um dos projetos propostos para a TPF. “A missão pode não ser mencionada explicitamente, mas seu conceito é.”

O comitê decidiu que a TPF, da maneira que foi proposta, foi prematura e demasiado ambiciosa, descreve o astrofísico Roger Blandford da Stanford University, que presidiu o grupo da pesquisa da década. Mas ele adiciona que “a idéia principal da TPF – encontrar planetas habitáveis, parecidos com a Terra – é um dos principais objetivos do nosso relatório”. Com mais estudos, uma missão consolidada do tipo TPF poderia ser delineada por volta de 2015. “A expectativa é que uma missão pioneira seja proposta como próxima pesquisa da década”, afirma Blandford.

Porém, o relatório recomenda que a Nasa gaste apenas US$ 4 milhões por ano no início para definir os requisitos da missão e limites tecnológicos, com talvez mais US$ 100 milhões para serem gastos mais tarde durante a década após escolher uma tecnologia viável para a tarefa. “Seria ótimo se em 2020 o Localizador de Planetas Terrestres fosse a recomendação número 1, mas eles não investiram dinheiro suficiente para realmente desenvolvê-lo antes da próxima pesquisa”, calcula Sara Seager, astrofísica do Massachussetts Institute of Technology. “Sem os grandes projetos, como o SIM ou o Localizador de Planetas Terrestres, não se pode encontrar planetas como a Terra ao redor de estrelas próximas.”


Apesar do fato de a pesquisa da década ter descartado o SIM e essencialmente mandado o TPF de volta para a prancheta, a ciência dos exoplanetas marcou um ponto surpreendente com o comitê, que apoiou fortemente um observatório chamado de Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST, em inglês, ou Telescópio Infravermelho de Pesquisa em Campo Vasto). Esse observatório usaria a Joint Dark Energy Mission (Missão Conjunta de Energia Escura) proposta pela Nasa e pelo Departamento de Energia e criaria um censo de exoplanetas no aglomerado central da Via Láctea. O WFIRST detectaria os planetas usando microlentes, fenômeno no qual os campos gravitacionais de mundos distantes curvam a luz das estrelas do fundo.

Assim como o Kepler, o WFIRST teria um grande alcance, mais determinando informações demográficas de sistemas planetários distantes do que detalhes precisos de planetas próximos. Mas a inclusão de uma missão de microlente em uma missão principal significa boas notícias para os propositores da técnica. Scott Gaudi da Ohio State University, que trabalha na Microlensing Follow-up Network (MicroFUN), afirma que o WFIRST, combinado com o Kepler e outras pesquisas, ajudará a criar um censo de planetas de todos os tipos espalhados pela galáxia.

“Que isso pode ser feito com essencialmente os mesmos instrumentos necessários para explorar a energia escura é uma coincidência fantástica e uma oportunidade única. É ótimo que o conselho tenha reconhecido isso”, comemora Gaudi.

Como o relatório vai moldar a década ainda é algo a se descobrir. Segundo Seager, há muito para manter os pesquisadores de exoplanetas ocupados, mesmo na ausência de uma missão pioneira principal. E uma descoberta mais importante nos próximos anos poderia afetar drasticamente o campo e superar as recomendações para a pesquisa da década.

Uma coisa que não é provável que mude drasticamente na próxima década é o financiamento. A Nasa e suas agências associadas em astronomia e astrofísica têm orçamentos limitados para trabalhar e alguns projetos defendidos na nova pesquisa têm tendência a serem deixados de lado, assim como recomendações passadas – como é o caso do SIM – agora também têm. Apesar da dispensa do SIM, Benedict observa que ele apóia completamente o processo de revisão da década. “É uma resposta verdadeiramente racional para uma realidade difícil”, afirma ele. “Não temos capital infinito para podermos pôr em prática os excitantes e úteis projetos futuros que eu e meus colegas imaginamos”.

 
 
Fonte : SCIAM-BR
 

Exoplanets

Exoplanets

Tradução livre : 
1)
– Acorde ! Acorde !
– O que foi ?
2)
– Estamos vivendo no período das primeiras descobertas de outros sistemas planetários ! Eles estão achando-os mais rapido do que possam contruir instrumentos para observá-los !
3)
– E se uma das culturas da terra avance seu programa espacial o suficiente para começar o enriquecimento de urânio em asteróides, nós iremos perder a principal barreira para reiniciar o Projeto Orion  e contruir Naves-Atômicas-Destruidoras de Cidades.
4)
– E a única tecnologia capaz de rápidas viagens interestelares pode estar operacional em apenas algumas gerações, e estamos descobrindo todos os destinos a serem escolhidos ! Vamos lá !
– Eu posso apertar "soneca" ?
– Ok , mas somente uma vez !
 

Descoberto sistema planetário semelhante ao Sistema Solar

Descoberto novo sistema planetário com sete planetas

Impressão artística do novo sistema exoplanetário HD 10180, com sete planetas, incluindo um "planeta de lava", com o tamanho mais próximo ao da Terra já encontrado até hoje. [Imagem: ESO/L. Calçada]

Sistema exoplanetário

Astrônomos do ESO (Observatório Europeu do Sul) descobriram um sistema planetário com, pelo menos, cinco planetas em órbita de uma estrela do tipo solar, HD 10180.

Os pesquisadores têm também fortes indícios da existência de mais dois planetas, sendo que um deles deverá ser o exoplaneta de menor massa encontrado até agora.

Isto torna este sistema planetário muito semelhante ao nosso próprio Sistema Solar em termos do número de planetas (sete planetas contra os nossos oito). Além disso, a equipe encontrou evidências de que as distâncias dos planetas até sua estrela seguem um padrão regular, como acontece no Sistema Solar.

"Esta descoberta extraordinária também enfatiza o fato de estarmos agora entrando em uma nova era da investigação de exoplanetas: o estudo de sistemas planetários complexos e não apenas de planetas individuais. Estudos dos movimentos planetários no novo sistema revelam interações gravitacionais complexas entre os planetas e nos dão informações sobre a evolução do sistema a longo prazo," diz Christophe Lovis, principal autor do artigo científico que apresenta os resultados.

Sistema planetário HD 10180

A equipe de astrônomos utilizou o espectrógrafo HARPS, montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, em La Silla, no Chile, durante um período de seis anos, para estudar a estrela do tipo solar HD 10180.

A HD 10180 está situada a 127 anos-luz de distância da Terra, na constelação austral da Hidra. HARPS é um instrumento com grande precisão e de extrema estabilidade nas medições, sendo o descobridor de exoplanetas mais bem-sucedido do mundo, juntamente como satélite Corot.

Graças a 190 medições individuais obtidas pelo HARPS, os astrônomos detectaram os minúsculos movimentos da estrela, para a frente e para trás, causados pelas atrações gravitacionais complexas de cinco ou mais planetas.

Os cinco sinais mais fortes correspondem a planetas com massas do tipo de Netuno – entre 13 e 25 massas terrestres – que orbitam a estrela com períodos que vão dos 6 aos 600 dias. Estes planetas estão situados a uma distância da sua estrela central que corresponde a cerca de 0,06 a 1,4 vezes a distância Terra-Sol.

Menor exoplaneta rochoso

"Temos também boas razões para acreditar que mais dois planetas estejam presentes," diz Lovis. "Um será do tipo de Saturno (com uma massa mínima de 65 massas terrestres) com um período de 2.200 dias. O outro será o exoplaneta de menor massa descoberto até agora, com uma massa de cerca de 1,4 vezes a massa da Terra. Ele está muito próximo da estrela hospedeira, a apenas 2% da distância Terra-Sol. Um "ano" neste planeta durará somente 1,18 dias terrestres.

Utilizando o método das velocidades radiais, os astrônomos podem apenas estimar a massa mínima de um planeta, uma vez que esta massa depende igualmente da inclinação do plano orbital relativamente à linha de visão, que é desconhecida. De um ponto de vista estatístico, esta massa mínima é, no entanto, geralmente próxima da massa real do planeta.

"Este objeto gera uma oscilação na estrela de apenas 3 quilômetros por hora – mais lento do que uma pessoa andando a pé – e este movimento é bastante difícil de medir," diz o membro da equipe Damien Ségransan. Se confirmado, este objeto poderá ser outro exemplo de um planeta quente rochoso, semelhante a Corot-7b – veja Menor exoplaneta já descoberto é coberto por lava.

Descoberto novo sistema planetário com sete planetas

A estrela HD 10180 está situada a 127 anos-luz de distância da Terra, na constelação austral da Hidra. [Imagem: ESO]

Diferenças do Sistema Solar

O sistema de planetas recém-descoberto em torno da estrela HD 10180 é único em diversos aspectos.

Primeiro que, com pelo menos cinco planetas do tipo de Netuno localizados numa distância equivalente à órbita de Marte, este sistema é mais povoado na sua região interior do que o nosso Sistema Solar, com mais planetas de grande massa nessa região.

Além disso, o sistema provavelmente não possui gigantes gasosos do tipo de Júpiter. Em média, os planetas na região interior do sistema de HD 10180 têm vinte vezes a massa da Terra, enquanto os planetas interiores do nosso Sistema Solar (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) têm uma massa média de meia massa terrestre.

Finalmente, todos os planetas parecem ter órbitas praticamente circulares.

Até agora, os astrônomos conhecem quinze sistemas com pelo menos três planetas. O último detentor do recorde foi 55 Câncer, que contém cinco planetas, dois dos quais gigantes. "Sistemas com planetas de pequena massa como os que se encontram em torno de HD 10180, parecem ser muito comuns, mas a sua história de formação permanece um mistério," diz Lovis.

Lei das órbitas

Utilizando a nova descoberta, juntamente com dados de outros sistemas exoplanetários, os astrônomos encontraram um equivalente da lei de Titius-Bode existente no nosso Sistema Solar: as distâncias dos planetas às suas estrelas parecem seguir um padrão regular. "O que pode ser uma assinatura do processo de formação destes sistemas planetários," diz o membro da equipe Michel Mayor.

A lei de Titius-Bode estabelece que a distância dos planetas até o Sol segue uma fórmula simples. Com relação aos planetas exteriores, prevê-se que cada planeta esteja aproximadamente duas vezes mais afastado do Sol do que o planeta imediatamente anterior. Esta lei empírica previu corretamente as órbitas de Ceres e Urano, mas falhou na previsão da órbita de Netuno.

Composição química das estrelas

Outro resultado importante obtido é a descoberta da existência de uma relação entre a massa de um sistema planetário e a massa e a composição química da estrela hospedeira.

Todos os sistemas planetários de grande massa são encontrados em torno de estrelas de grande massa e ricas em metais, enquanto os quatro sistemas de menor massa conhecidos foram encontrados em torno de estrelas de baixa massa e pobres em metais. Essas propriedades confirmam os modelos teóricos atuais.

De acordo com a definição utilizada em astronomia, "metais" são todos os elementos exceto o hidrogênio e o hélio. Tais metais, com exceção de alguns poucos elementos químicos leves menores, são criados pelas várias gerações de estrelas. Os planetas rochosos também são compostos de "metais".

Fonte : Inovação Tecnológica – 24/08/2010

Na hora do acidente, de quem é a culpa?

Saber como agir após uma colisão ajuda a evitar problemas financeiros, jurídicos e até emocionais


Um cruzamento, dois semáforos e muitos carros: cenário urbano comum, não fosse pelo fato de os dois faróis estarem verdes ao mesmo tempo. A falha no sistema resultou em colisão e muitos prejuízos à estudante Giovanna Montagna, de 21 anos. Leves ou fortes, as batidas são um pesadelo para motoristas, e saber como agir depois do acidente é uma boa forma de evitar mais problemas.

Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná, afirma que é preciso manter a calma e buscar uma solução cabível. “Discussão momentânea é pura bobagem. Não adianta querer decidir no grito, porque ninguém vai pagar nada na hora.” Quando acontece uma colisão sem vítimas e o carro pode ser removido, a primeira recomendação do capitão Sérgio Marques, da Polícia Militar, é retirar o veículo da via: “Se não há feridos, não é preciso chamar nenhuma autoridade”. O corretor de seguros Marcel Baloni aconselha também a elaboração de um boletim de ocorrência logo após o acidente. “Não registrar o ocorrido é o erro mais comum dos condutores.” O BO pode ser feito em qualquer posto da PM e, quando o acidente não tem vítimas, não há prazo para fazê-lo.

André Valente

No caso de Giovanna, o registro foi feito na hora, o que não evitou prejuízos para ela. “No dia da batida, até pensamos em tomar alguma providência, mas, como sabemos que esses problemas relacionados à prefeitura custam a ser resolvidos, desistimos.” Outra situação complicada é quando o responsável pela colisão foge. Em 2009, o motorista de uma perua bateu no carro da estudante Marcela Cipolla, de 23 anos, e fugiu. “Como era um desses veículos de empresa, anotei o nome, procurei na internet e consegui o telefone do dono. Expliquei o que aconteceu e mandei o BO.” O empresário assumiu os danos do carro dela.

Cada colisão tem sua história e cada motorista, sua versão. Para evitar prejuízos emocionais e materiais, manter a calma e conhecer as normas de trânsito são as principais recomendações dos profissionais da área.

Se eu não tirar meu carro do local da batida, posso ser multado? 
Se o automóvel permanecer no local da colisão, a autoridade policial pode entender que ele está atrapalhando o fluxo de trânsito e multar o motorista. A infração é média: quatro pontos na carteira e R$ 85,13.

O responsável pela batida fugiu. O que faço? 
A dica é anotar a placa, cor e modelo do veículo e fazer um BO, porque, com esses dados, é possível entrar com uma ação no Juizado Especial Cível e cobrar o culpado. 
Se o plano do segurado tiver coberturas para terceiros, sim. Se ele não tiver esse seguro de responsabilidade civil, terá que arcar com o prejuízo sozinho. É recomendável registrar a situação com BO e fotos e conseguir testemunhas.

André Valente

Bati sozinho e ainda danifiquei o patrimônio público. O seguro banca os prejuízos?

Se houver vítimas, devo remover o veículo? 
Nesse caso, o automóvel não pode ser retirado antes da chegada das autoridades. A atitude correta é sinalizar o local do acidente, colocando o triângulo a 30 metros da traseira do veículo, e chamar a Polícia (190) ou o Corpo de Bombeiros (193). 

Se a colisão foi causada por defeitos na via, posso ser ressarcido pelo governo? 
É possível entrar com uma ação contra o estado, desde que haja provas (fotos, BO, testemunhas) da relação da irregularidade na via com a batida. Esses processos são bastante demorados e burocráticos. Normalmente, as seguradoras não cobram indenização do estado. 

O que o seguro considera fraude? 
A mais comum é quando o segurado assume a culpa, mesmo sendo inocente, e o responsável pela batida, que não tem seguro, paga a franquia para que todos fiquem cobertos. Se comprovada a fraude, além de não receber a indenização, o segurado pode responder por crime.

Fontes: Federação Nacional de Seguros Gerais (fenseg), Sindicato dos Corretores de Seguros (Sincor-SP), Mazzolla Corretora de Seguros, Polícia Militar



sola constans in vita res mutatio est