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Crepúsculo com eclipse

O eclipse será visível em toda a América do Sul, África, Europa, Oceania, Antártida e Ásia exceto a parte norte.
Denomina-se eclipse ao obscurecimento parcial ou total de um corpo celeste em virtude da interposição de um outro. A palavra eclipse vem do grego ekleipsis, que significa abandono, desmaio, desaparecimento. É uma das raras chances de observar-se um espetáculo tão belo da natureza. Embora os eclipses solares ocorram em maior número, vemos com mais freqüência os lunares, pelo fato de os últimos serem observados em áreas consideravelmente superiores à metade da Terra.
Os eclipses lunares ocorrem quando a Lua penetra no cone de sombra da Terra, o que só pode acontecer na fase de Lua cheia pelo seguinte: A Terra gira ao redor do Sol num plano. Por exemplo, supondo que o Sol esteja no centro da face superior de uma mesa, a Terra se move em torno do Sol no nível desta superfície. Ao mesmo tempo a Lua gira em torno da Terra, mas o plano de órbita lunar é inclinado um pouco mais de 5º em relação à face da mesa. Embora a Terra projete sempre a sua sombra não a percebemos porque geralmente a Lua passa acima ou abaixo da sombra. Assim, quando a Lua cruza o plano da órbita da Terra, ou seja, passa por um nodo, e além disso o Sol, a Lua e a Terra ficam alinhados, ocorre um eclipse lunar. A sombra da Terra projetada no espaço se estende em forma cônica por cerca de 1,38 milhão de quilômetros. À distância de aproximadamente 360 mil quilômetros, onde está a Lua, o diâmetro da sombra tem cerca de 9 mil quilômetros. Além de uma parte escura, chamada umbra ou apenas sombra, a sombra da Terra tem uma parte cinzenta denominada penumbra. Mas é a sombra que dá o efeito de beleza ao fenômeno, pois a penumbra na maioria das vezes é imperceptível.
Na tarde de 15 de junho, quando a Lua estiver ainda abaixo do horizonte, e, portanto ainda não terá nascido no horizonte leste, às 15h22min, a Lua cheia começará a “mergulhar” na sombra da Terra. Às 16h22min a Lua estará toda coberta pela sombra de nosso planeta.
No Brasil, para observadores em São Paulo, para considerarmos uma média, a Lua irá nascer eclipsada às 17h25min e o pôr do Sol ocorrerá às 17h27min. Devido ao horário deste evento, a Lua eclipsada não terá tanto contraste com o fundo do céu por conta da claridade do crepúsculo. Em outras palavras, não veremos a Lua cheia nascer bem brilhante como de costume, porque ela estará dentro da sombra da Terra.
Mesmo assim será um fenômeno raro e um desafio tentarmos observar a Lua nascendo totalmente eclipsada e o Sol se pondo do outro lado do horizonte.
Mais tarde, às 18h02min quando a Lua começará a sair da sombra estará a cerca de 7 graus de altura sobre o horizonte até que às 19h02min sairá por completo e estará novamente toda iluminada pelo Sol, quando estará a cerca de 19 graus do horizonte.
Os eclipses lunares já foram mais importantes para a pesquisa astronômica. Eles forneceram a primeira prova de que a Terra é redonda, foram utilizados no estudo da alta atmosfera do nosso planeta, no estudo da rotação da Terra, no tamanho e distância do nosso satélite além de variações em seu movimento. Além disso, os eclipses podem contribuir com a História na determinação de datas que se deram em tempos remotos.
Neste ano temos ao todo 4 eclipses sendo 2 eclipses da Lua e 4 eclipses do Sol. Destes, apenas o eclipse lunar de 15 de junho será visível no Brasil.
As observações do eclipse total da Lua podem ser realizadas com binóculos, lunetas e telescópios de fraco aumento.
Para fotografar o eclipse com câmera digital, pode-se fixá-la num tripé, em modo de foco infinito, paisagem ou cenário (landscape). Como se pode verificar o resultado da imagem obtida, é fácil experimentar o tempo de exposição durante o eclipse. Na fase de totalidade, pode-se usar sensibilidade de ISO 100 ou 200 e exposições entre 1s a 5s. Também pode-se aumentar o ISO e diminuir o tempo de exposição.
Para exposições depois da totalidade, geralmente a câmera consegue se adaptar as condições de luz automaticamente, bastando apertar o botão de disparo para efetuar a foto nesta fase. Para as câmeras com opções manuais, pode-se usar exposições rápidas de 1/350 a 1/125 com ISO 100 para aberturas pequenas como 1:5,6 ou 1:8.
Em suma, pode-se utilizar mais de uma abertura e velocidade de disparo para garantir fotos de boa qualidade. Com a câmara fixa, apoiada em tripé, deve-se disparar manualmente em intervalos de três, cinco minutos ou mais.
É importante conhecer a trajetória aparente da Lua e fazer um ensaio na véspera para procurar o melhor local. Usando-se teleobjetivas, como o campo é limitado, é possível obter imagens maiores da Lua.
De qualquer forma, vale a pena reunir a turma, procurar um local alto e com o horizonte livre. Pode-se observar o pôr do Sol e tentar ver a Lua nascendo eclipsada, em contraste com a claridade do crepúsculo e ainda na sombra do nosso planeta. Com o passar do tempo, a Lua estará cada vez mais alta, irá saindo da sombra e voltará a estar cheia e totalmente iluminada pelo Sol.


Wikimedia Commons

por Paulo S. Bretones

Paulo S. Bretones Professor da Universidade Federal de São Carlos, é co-editor da Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia (RELEA) e autor de “Os Segredos do Sistema Solar” e os “Segredos do Universo”, da Atual Editora.

Fonte : SCIAM.BR

Nova geração de memória revela limitações dos softwares

 

SSDs

Pesquisadores da Universidade da Califórnia apresentaram o protótipo de um novo tipo de memória que poderá se tornar a próxima geração dos SSDs.

SSDs (Solid-State Drives) são discos de estado sólido, ou seja, não possuem partes móveis, como os discos rígidos tradicionais.

A nova memória, batizada de Moneta, usa células de memória de alteração de fase, que são milhares de vezes mais rápidas do que os discos rígidos e até sete vezes mais rápidas do que os SSDs atuais.

As memórias de alteração de fase, ou PCM (Phase-Change Memory), armazenam dados na estrutura cristalina de uma liga metálica chamada calcogeneto.

Memória de alteração de fase

Como seu próprio nome indica, um material de alteração de fase alterna entre as fases cristalina e amorfa. Essa alternância é induzida por calor, por sua vez gerado através da aplicação de um pulso elétrico.

Para gravar na memória, é enviado um pulso SET, que coloca o material na sua forma cristalina. Um pulso RESET leva-o de volta para a fase amorfa, apagando o dado.

A leitura é feita fazendo com que uma pequena corrente elétrica atravesse o material, o que permite determinar se ele está em sua fase cristalina ou amorfa.

As memórias PCM são mais rápidas e mais simples de usar do que as memórias flash, a tecnologia que domina o mercado de SSD hoje e equipa os iPads e vários notebooks.

Memória de alteração de fase revela limitações dos softwares

A nova memória de alteração de fase supera largamente todas as memórias atuais, mas parece ser demais para os softwares atuais. [Imagem: Moneta Group]

Moneta

A memória Moneta usa os chips PCM de primeira geração da empresa Micron Technology e pode ler grandes conjuntos de dados a uma taxa de 1,1 gigabyte por segundo e gravar dados a até 371 megabytes por segundo.

Para acessar agrupamentos menores (por exemplo, 512 Bytes), a Moneta pode ser lida a 327 megabytes por segundo e escrita a 91 megabytes por segundo.

Isto fica entre duas e sete vezes mais rápido do que um SSD estado-da-arte, baseado em memória flash.

A nova memória também oferece uma menor latência para cada operação, o que deverá reduzir as exigências de energia para aplicações mais intensivas.

Os pesquisadores anunciaram que deverão construir a segunda geração da memória Moneta nos próximos seis a nove meses, e esperam que a tecnologia esteja pronta para o mercado em poucos anos – o que irá depender de avanços na tecnologia de fabricação das memórias de mudança de fase.

Repensar o armazenamento de dados do futuro

Ao testar esta primeira geração, contudo, já foi possível detectar um outro problema: não basta construir dispositivos de memória mais rápidos; será necessário também atualizar os softwares.

“Os sistemas de armazenamento evoluíram ao longo dos últimos 40 anos para atender aos discos, e os discos são muito, muito lentos,” explicou Steven Swanson, coordenador de desenvolvimento da memória Moneta.

“Projetar sistemas de armazenamento que possam tirar proveito total de tecnologias como as memórias de alteração de fase vai exigir que se repense quase todos os aspectos de como o software gerencia e acessa o sistema de armazenamento de dados,” prossegue.

“[A nova memória] nos abre uma janela para o futuro dos sistemas de armazenamento, e nos dá a oportunidade de repensar agora a forma como iremos projetar esses sistemas no futuro,” conclui Swanson.

 

Memória de alteração de fase revela limitações dos softwares

Protótipo de sistema de armazenamento de dados, onde se pode ver os módulos Moneta, feitos com memórias de alteração de fase.[Imagem: UC San Diego/Steve Swanson]

 

Fonte : Inovação Tecnológica

Astrônomos descobrem planetas sem estrelas

Planetas sem estrelas

Astrônomos anunciaram a descoberta de uma nova classe de planetas – planetas solitários, sem estrelas.

São corpos celestes escuros, com massa semelhante à de Júpiter, flutuando sozinhos no espaço, fora da órbita de qualquer estrela.

Os cientistas acreditam que o mais provável é que esses planetas órfãos tenham se formado em torno de estrelas e, mais tarde, sido expulsos de seu sistema planetário por alguma conjunção de forças gravitacionais.

A descoberta resultou da análise dos dados coletados durante uma série de observações do bojo central da Via Láctea, realizadas entre 2006 e 2007 por um grupo de astrônomos do Japão e da Nova Zelândia.

Planetas solitários

A análise fornece indícios do que parecem ser 10 “planetas flutuando livremente”, em locais distintos, todos aproximadamente do tamanho de Júpiter – o equipamento usado na pesquisa não é preciso o suficiente para localizar planetas menores.

“Nossos resultados sugerem que os sistemas planetários frequentemente tornam-se instáveis, com os planetas sendo expulsos de seus locais de nascimento ao passarem perto demais de outros planetas,” explica David Bennett, um dos membros da equipe.

A descoberta não apenas confirma que existem planetas flutuando isoladamente no espaço, mas também indica que eles são bastante comuns – como detectá-los é muito difícil, o fato de um único rastreio ter localizado 10 deles indica que deve haver muitos mais não detectados.

Segundo os astrônomos, essa população inesperadamente grande também descarta a ideia de que os planetas livres formem-se isoladamente, e não ao redor de estrelas – se esse fosse o caso, deveria haver muito menos deles.

Censo planetário

A equipe estima que pode haver duas vezes mais planetas isolados do que estrelas, o que equivale a dizer que os planetas sem estrelas podem ser tão comuns quanto os planetas ao redor de estrelas.

“Nossa pesquisa é como um censo da população – nós amostramos uma parte da galáxia e, com base nesses dados, pode-se estimar o número total da galáxia,” explica Bennett.

“A pesquisa não é sensível a planetas solitários com massa menor do que Júpiter ou Saturno, mas as teorias sugerem que planetas de menor massa, como a Terra, devem ser expulsos de suas estrelas com mais frequência, sendo assim, mais comuns do que os gigantes gasosos isolados,” completou ele.

A NASA tem planos de enviar ao espaço um novo observatório – o WFIRST (Wide-Field Infrared Survey Telescope) – que usará o método de microlentes, capaz de fazer estimativas mais precisas de quantos planetas solitários há na Via Láctea.

Com a vantagem de que esse futuro telescópio terá a capacidade para detectar planetas solitários do tamanho da Terra.

Astrônomos descobrem planetas solitários, sem estrelas

Os planetas solitários são corpos celestes escuros, flutuando sozinhos no espaço, fora da órbita de qualquer estrela.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Fonte : Inovação Tecnológica

Cientistas teletransportam gato de Schrodinger

Se o experimento mental do gato de Schrodinger já não fosse estranho o suficiente, agora cientistas conseguiram complicar tudo um pouco mais.

A equipe do Dr. Noriyuki Lee e seus colegas da Universidade de Tóquio, no Japão, descobriram uma forma de teletransportar o gato de Schrodinger.

Teletransporte

O teletransporte quântico já foi demonstrado com átomos e até mesmo com moléculas de DNA.

No teletransporte quântico, a informação (como o spin de uma partícula ou a polarização de um fóton) é transferida de um local para o outro, sem que ocorra o deslocamento por um meio físico.

Não há transferência de energia nem de matéria.

Gato de Schrodinger

Já o famoso gato morto/vivo foi idealizado por Erwin Schrodinger para explicar o fenômeno quântico da superposição, em que uma partícula fica em dois estados simultaneamente, somente se decidindo entre um deles – ou colapsando, como dizem os físicos – quando se tenta medir esse estado.

Schrodinger explicou isto em termos de objetos em escala macro: um gato fechado em uma caixa contendo um frasco de veneno. O frasco estará aberto se uma partícula quântica estiver em um estado, e fechado se a partícula estiver em outro estado.

Em termos quânticos, o gato estará vivo e morto simultaneamente. Somente quando alguém abrir a caixa – o equivalente a medir o estado quântico da partícula – a partícula colapsará e conheceremos o real estado do gato – vivo ou morto.

Teletransporte do gato de Schrodinger

Depois de ser teletransportado, gato de Schrodinger chega do outro lado no seu paradoxal estado de vivo/morto. [Imagem: Science/AAAS]

Teletransporte do gato de Schrodinger

Os pesquisadores descobriram uma forma de teletransportar um quanta de luz, ou um fóton, que está em um estado de superposição, ou seja, no chamado estado do gato de Schrodinger.

A partícula quântica superposta é destruída em um local e integralmente reconstruída em outro local, sem perder nenhuma de suas sensíveis propriedades quânticas – ou seja, o gato de Schrodinger chega do outro lado no seu paradoxal estado de vivo/morto.

Os pesquisadores começaram construindo um estado de entrelaçamento, no qual duas partículas compartilham propriedades qualquer que seja a distância entre elas.

Em outro ponto, eles construíram o gato de Schrodinger, a partícula em superposição, que deveria ser teletransportada.

O funcionamento do sistema de teletransporte propriamente dito dificilmente poderia ser descrito em linguagem não-matemática – veja na imagem o aparato necessário para executá-lo.

O processo envolve uma sequência de passos que combinam múltiplos fenômenos quânticos, incluindo compressão e subtração de fótons, entrelaçamento e detecção homódina.

Teletransporte do gato de Schrodinger

O estado do gato de Schrodinger deve ser destruído em um lugar para que ele reapareça em outro – não foi uma clonagem, mas um teletransporte real. [Imagem: Science/AAAS]

Limite da não-clonagem

Apesar da complexidade do processo e da fragilidade dos estados quânticos envolvidos, os cientistas conseguiram comprovar o teletransporte usando uma ferramenta matemática conhecida como Função de Wigner, que descreve o quão “quântico” um pulso de luz é.

Essa função apresenta valores negativos que funcionam como uma medição da qualidade do teletransporte. Esta qualidade é medida por um número, chamado fidelidade, que deve ser maior do que 2/3 em uma operação de teletransporte feita com sucesso.

Esse valor de 2/3 é o chamado limite da não-clonagem, que garante que não existe mais nenhuma cópia da partícula quântica na origem – o estado do gato de Schrodinger deve ser destruído em um lugar para que ele reapareça em outro.

Ou seja, a partícula superposta de fato foi destruída em um ponto e recriada exatamente igual em outro – ela foi realmente teletransportada.

Transferência instantânea de informação

O experimento demonstra um mecanismo que poderá ser usado para projetar computadores quânticos que serão capazes de transportar informações com precisão e com absoluta segurança – e instantaneamente.

Em vez de disparar os bits através de fibras ópticas, onde há sempre o risco de que eles sejam monitorados por bisbilhoteiros, esses bits poderão ser teletransportados diretamente para o destino.

O mecanismo também é de interesse para o processamento quântico – basta imaginar algo como um dado que sai de um núcleo de processamento diretamente para outro núcleo, ou o resultado de um cálculo que chega instantaneamente no ponto do circuito onde ele está sendo esperado para o próximo passo do algoritmo.

Teletransporte do gato de Schrodinger

A “sala de teletransporte” usada pelos cientistas japoneses não lembra em nada os aparatos vistos em filmes de ficção científica – e ela só funciona em escala quântica. [Imagem: Science/AAAS]

Luz sobre a luz

Do ponto de vista científico, o experimento demonstra o avanço obtido na manipulação dos objetos quânticos, há poucos anos vistos como meras abstrações.

E renova as esperanças de que os cientistas logo encontrem uma forma de representar graficamente os estados quânticos das partículas, para que tais estados possam ser visualizados diretamente.

Talvez então se conseguirá lançar alguma luz sobre o mistério da própria luz: a luz é uma onda, uma partícula, as duas coisas, ou nenhuma das duas coisas?

Teletransporte do gato de Schrodinger

O experimento envolve algumas das questóes mais intrigantes da física atual: a luz é uma onda, uma partícula, as duas coisas, ou nenhuma das duas coisas? [Imagem: Science/AAAS]

Fonte : Inovação Tecnológica

Rumo aos ciborgues: componente eletrônico é feito com sangue humano

A interligação de componentes eletrônicos ao corpo humano é um trabalho em andamento – ainda não é uma realidade prática, mas tampouco pode ser classificada como um sonho.

Os chips neurais representam a face mais avançada desse conceito, que também já conta com próteses biônicas e com todos os avanços da biomecatrônica.

Agora, um grupo de cientistas indianos acaba de dar um verdadeiro salto nesse campo florescente de pesquisas: eles descobriram como fabricar um memristor usando células do sangue humano.

Memristor

Um memristor é uma espécie de elo perdido da eletrônica, um quarto componente que possui características que não podem ser reproduzidas com os três componentes tradicionais – resistores, capacitores e indutores.

Um memristor é um componente passivo de dois terminais. Ele funciona de forma parecida com um resistor mas, em vez de ter uma resistência fixa à passagem da corrente elétrica, sua capacidade de conduzir corrente depende da tensão que lhe foi aplicada anteriormente – em outras palavras, ele retém uma memória da corrente que circulou por ele previamente.

Como seu funcionamento lembra muito o comportamento de organismos vivos muito simples, os cientistas comparam os memristores a “sinapses artificiais”, que poderão ser usadas para criar computadores capazes de aprender: eles já o estão utilizando para tentar reproduzir o cérebro de um gato.

Contudo, apesar de todas as comparações, um memristor tradicional continua sendo um componente inorgânico, feito com nanofios de dióxido de titânio.

Componente eletrônico biológico

Agora, S.P. Kosta e seus colegas do Education Campus Changa, na Índia, criaram um memristor líquido a partir do sangue humano – e eles já estão estudando a viabilidade de construírem diodos e capacitores também a partir de outros fluidos orgânicos humanos.

Eles construíram o memristor biológico usando um tubo de ensaio de 10 mililitros cheio de sangue humano, mantido a 37 graus Celsius. Dois eletrodos foram inseridos no tubo de ensaio e devidamente ligados a equipamentos de controle e medição.

O bio-memristor mostrou uma variação na sua resistência elétrica em função da magnitude e da polaridade de uma tensão aplicada previamente – seu efeito memória foi mantido por até cinco minutos.

Depois de demonstrar o funcionamento do memristor no tubo de ensaio, os cientistas queriam saber se o mesmo comportamento poderia ser observado em um dispositivo no qual o sangue estivesse fluindo, e não parado.

E a resposta foi positiva: o memristor funcionou no fluxo de sangue.

Lógica biológica

O próximo passo da pesquisa será desenvolver uma versão miniaturizada do memristor biológico, usando um chip microfluídico onde uma quantidade ínfima de sangue percorra microcanais escavados em uma pastilha de vidro.

Isto permitirá a conexão de vários memristores para formar um circuito lógico, capaz de processar informações.

Mais no futuro, o desafio será conectar o biochip ao corpo de um animal para que as computações possam ser feitas usando os fluidos orgânicos que mantêm o animal vivo.

Fonte : Inovação Tecnológica

Formigas Zumbis … ? Zumbis ? Pegue suas armas…

Pesquisa descobre fungos que geram ‘formigas-zumbis’ em MG

Em uma semana, insetos têm sentidos alterados e começam a ‘vaguear’. 
Agora, cientistas querem saber como a relação influencia o ecossistema.


Nova pesquisa publicada no jornal científico “PLoS One” e divulgada nesta quarta-feira (2) identifica quatro novas espécies de fungos capazes de gerar “formigas-zumbis”. Isso ocorre no momento em que os fungos infectam os insetos e se distribuem pelo organismo, causando mudança de comportamento e até mesmo a morte de colônias inteiras.

De autoria dos cientistas Harry Evans e David Hughes, o estudo “diversidade oculta em fungos de formigas-zumbis” analisa quatro novas espécies encontradas na Mata Atlântica de Minas Gerais, no Sudeste do país. A pesquisa ajuda a explicar a perda de biodiversidade entre insetos de determinadas espécies, já que cada fungo observado atua em um tipo de formiga.

A ação do fungo é capaz de travar as mandíbulas de formigas carpinteiras, local em que ele encontra condição ideal para começar a se reproduzir, infectando outros hospedeiros. Uma vez instalado, o fungo cresce no organismo e espalha substâncias que têm efeitos colaterais.

A formiga infectada pode ter o comportamento alterado e não conseguir realizar suas atividades normais. Em questão de uma semana, de acordo com a pesquisa, a formiga pode ter seus sentidos totalmente afetados pelo fungo e começar a “vaguear” por perto da colônia. Quando morrem, ajudam a criar o ambiente ideal para a proliferação do fungo.

Segundo os pesquisadores, existem relatos sobre os fungos de “formigas-zumbis” descritos já em meados do século 19 pelo naturalista Alfred Russel Wallace, contemporâneo de Charles Darwin, que encontrou duas espécies do fungo na Indonésia. Agora, autores do estudo querem saber como a ação dos fungos sobre as formigas influencia o funcionamento do ecossistema.

Fungo e Formiga Zumbi

Fonte : Globo Natureza

NASA começa teste com vela solar

Vela solar
Nesta segunda-feira, a NASA lançou pela primeira vez com sucesso um nanossatélite a partir de um microssatélite em órbita.

O nanossatélite é o NanoSail-D, que fará o primeiro teste de uma vela solar da agência espacial norte-americana, que tem estado rotineiramente atrás dos japoneses nos testes desta tecnologia inovadora.

As velas solares, que impulsionam as naves usando a força dos fótons que incidem sobre uma finíssima película de material reflexivo, são vistas como promissoras tanto para tirar satélites em desuso de órbita, evitando o acúmulo de lixo espacial, como para levar espaçonaves além do Sistema Solar, aproveitando unicamente a luz do Sol e das estrelas.

A abertura da vela solar está marcada para a madrugada desta quinta-feira, às 03h31 no horário de Brasília. Quatro mastros telescópicos serão estendidos automaticamente e, em seguida, a vela começará a se estender, até atingir uma área total de 30 metros quadrados.

A NASA tem estado insistentemente atrás da agência espacial japonesa nas pesquisas de velas solares. Os primeiros testes em laboratório com a vela solar da NASA foram feitos em 2004, e o NanoSail-D deveria ter sido lançado em 2008.

Já o veleiro solar Ikaros, da JAXA, está usando seus cristais líquidos para navegardeste Julho deste ano.

Lançamento de um satélite por outro

O lançamento de um nanossatélite a partir de um outro satélite já em órbita é uma alternativa muito interessante para a realização de vários experimentos científicos independentes a partir usando um único foguete.

Outra vantagem é que os nanossatélites, também conhecidos como CubeSats, são muito baratos, estando ao alcance de pesquisadores universitários e de empresas privadas.

Os nanossatélites são lançados a partir de uma estrutura maior, chamada Poli-PicoSatellite Orbital Deployer (P-POD) – lançador orbital de múltiplos picossatélites, em tradução livre.

O termo picossatélite mostra a intenção de lançar satélites ainda menores – enquanto o NanoSail-D, que fará o teste da vela solar, tem a dimensão aproximada de um pacote de pão de forma, os picossatélites são cubos com cerca de 10 centímetros de lado.

NASA começa teste com vela solar

Doug Huie, pesquisador da Universidade do Alabama, segura o NanoSail-D, que mede 10 cm de altura, por 10 cm de largura e 33 cm de comprimento, e pesa 4 quilogramas. [Imagem: NASA/MSFC/D. Higginbotham]

O satélite FASTSAT, lançado no último dia 19 de Novembro, da base de Kodiak, no Alasca, é um P-POD que levou seis nanossatélites para o espaço.

“A ejeção perfeita do NanoSail-D demonstra a capacidade operacional do FASTSAT como um meio independente e barato de colocação de CubeSats em órbita com segurança,” disse Mark Boudreaux, coordenador da missão. “Ao cumprir esta etapa, demonstramos que podemos lançar uma série de diferentes tipos de cargas usando este sistema baseado em um microssatélite autônomo.”

Lixeiro espacial

Após a ejeção, o NanoSail-D começou uma contagem regressiva de três dias. Ao chegar a zero, seus braços telescópicos se abrirão e a vela solar, que está dobrada em seu interior, se estenderá para começar a captar os fótons.

O objetivo da missão é fazer com que o empuxo gerado pela colisão dos fótons do Sol com a vela solar faça com que o NanoSail-D reentre na atmosfera mais cedo do que aconteceria normalmente.

Ou seja, quanto antes o nanossatélite cair na Terra, queimando-se inteiramente durante a reentrada, maior será o sucesso da vela espacial como um mecanismo de propulsão – os cientistas calculam que ele deverá permanecer em órbita entre 70 e 120 dias.

O uso de velas solares para trazer de volta satélites sem uso é mais barato e mais simples do que equipar essas naves com motores, propelentes e sistemas de controle para dirigir sua reentrada.

Fonte : Inovação Tecnológica

Uma bom conto para leitura é o Vento Solar de Arthur C. Clarke.

NASA começa teste com vela solar

A abertura da vela solar está marcada para a madrugada desta quinta-feira, às 03h31 no horário de Brasília. Nesta ilustração é possível ver o corpo do NanoSail-D no centro da vela.[Imagem: NASA]